Jovem atropelada está na UTI
Jovem atropelada está na UTI; pedestres se arriscam Roberta Lopes / 14 de julho de 2018
A jovem Beatriz Scaramelo da Silva, de 22 anos, foi atropelada no início da noite desta quinta-feira (12), no Km 175 da SP-342, na altura do bairro Canaã. Ela está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Mogi Guaçu. O estado de saúde da jovem não foi divulgado pelo hospital.
O homem que atropelou Beatriz é um motorista de 34 anos, que mora no Condomínio Pantanal e estava em um Fiat Strada de uma empresa que distribui gás. No Boletim de Ocorrência registrado na Central de Polícia Judiciária, ele conta que antes do atropelamento acontecer, chegou a ver a vítima andando no acostamento da pista e que ela estava usando fones de ouvido e mexendo no celular. O motorista relatou que quando chegou perto da jovem ela entrou na via de forma distraída e aconteceu o atropelamento. santa casaBeatriz foi socorrida pela equipe da Renovias até a Santa Casa. O motorista também passou mal e foi socorrido até o Posto de Pronto Atendimento (PPA), do Jardim Novo, onde foi medicado e em seguida liberado. Os documentos pessoais dele e os do veículo estavam todos em ordem.
Após o acidente de quinta-feira, a Gazeta esteve, na manhã desta sexta-feira (13), no trecho da SP-342 em que Beatriz foi atropelada. Em 15 minutos foi possível ver cerca de 10 pessoas, incluindo crianças e adolescentes, atravessando a via que tem um grande fluxo de carros, motos, caminhões e ônibus. Todas as pessoas que foram abordadas pela reportagem, moradores da Chácara Santa Felicidade, Pantanal I e II, Imperial e Ypê Amarelo, assumiram o risco que correm ao atravessar a pista, mas, da mesma forma, elas também disseram que o ponto precisa ter uma passarela para a utilização.
A vendedora Regiane Lins Pereira foi flagrada no momento em se preparava para atravessar a rodovia. Ela estava na companhia de seu filho. “Essa é a minha rotina, atravessar aqui umas cinco vezes por dia. Eu faço isso por necessidade, porque tenho que levar meu menino na escola que fica no bairro Santa Cecília. Eu sei do perigo que corremos, mas a gente precisa ter uma passarela aqui nesse ponto. Eu já ouvi falar dos acidentes e já até vi um homem ser atropelado aqui”.
A dona de casa Ana Cláudia e seus dois filhos também passaram no local para atravessar a pista. “Eu sei que é muito perigoso atravessar aqui, eu moro no Ypê Amarelo e para ir na minha mãe que mora no Jardim Fantinato fica mais fácil ir por aqui mesmo, até porque a passarela que tem aqui fica longe para nós. Mas eu procuro manter a atenção na hora da travessia e falo para os meninos tomarem cuidado”. A passarela citada pela dona de casa é a Passarela José Jaime Pansani, que fica a aproximadamente um quilômetro do local.
O metalúrgico Jessé de Roni Freitas Matias também reclamou da distância da passarela existente naquela região. “Tem que colocar uma passarela aqui para gente, eu atravesso aqui todo dia. Eu vejo até mães atravessando com carrinho de bebê e até cadeirantes, para eles fica mais difícil e perigoso ainda”.
São pelo menos quatro atropelamentos registrados esse ano, sendo três mortes: duas na SP-340 e uma na SP-342. A Renovias confirma existência de passagens em trechos da rodovia
Questionada pela Gazeta porque aquele trecho da SP-342 tem pontos de passagem para pedestres feitos no meio dos alambrados, a Renovias, concessionária responsável pela malha viária, explicou por meio da sua assessoria de imprensa que de fato existem ali esses pontos de passagens, mas que eles possuem iluminação e sinalização e que a velocidade máxima do trecho urbano também é menor se comparada com outros locais, sendo 90 km/h para veículos leves (passeio) e 70 km/h para veículos pesados (comerciais). Ainda foi informado que a SP-342 tem radares fixos e móveis. A assessoria da concessionária também enfatizou que sempre realiza campanhas de conscientização na extensão da SP-342, e orienta as pessoas a não atravessarem de forma que coloque suas vidas em risco.
A Renovias também pediu para os motoristas estarem atentos por se tratar de um trecho urbano pedindo que respeitem os limites de velocidade e redobrem a atenção para evitar os atropelamentos. Com respeito ao pedido de uma nova passarela, a assessoria de imprensa informou que sabe dessa reivindicação, que é um pedido antigo da população, mas que não tem como colocar a passarela no local porque não há previsão no contrato de concessão da Renovias.
O vereador Natalino Tony Silva (REDE) está tentando desde 2017 conseguir uma passarela para o local. “No ano passado fiz a primeira denúncia sobre os acidentes e mortes que acontecem ali por falta de uma passarela. A denúncia foi feita ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas. Para mim, não existe deixar passagens abertas no alambrado, em todo o Estado de São Paulo não vê isso”.
O vereador ainda disse que além da passarela o local precisa ter outra estrutura. “Tem que colocar divisórios de cimento no meio da rodovia, assim ninguém mais vai se arriscar atravessando. Até quando vai ficar assim, acontecendo esses acidentes?”.
Natalino ainda disse que há apenas três semanas mandou para o Governo do Estado um novo pedido “Eu mandei um requerimento para o governo com mais de mil assinaturas pedindo a passarela, agora, estou aguardando a resposta”.